1938. o ano em que duarte pacheco, então ministro das obras públicas, contrata o arquitecto francisco keil do amaral para projectar e tornar realidade o parque florestal de monsanto. para dar corpo ao projecto, o arquitecto fez uma viagem de investigação pela europa, na qual visitou parques urbanos em inglaterra, frança, alemanha e holanda. na solução que desenvolveu e apresentou para monsanto, keil do amaral optou pela imagem de bosque selvagem, interrompido apenas por percursos essenciais, aproveitando as vistas e ambientes que a serra acidentada oferecia. o percurso de hoje tem como ponto de partida e chegada a bela alameda que perpetua o nome do notável arquitecto de lisboa, em que podemos conhecer alguns dos mais emblemáticos locais do parque saídos da sua prodigiosa mente (jardim de montes claros, anfiteatro e miradouro), para benefício de sucessivas gerações de habitantes da capital.
início este percurso na intersecção da alameda keil do amaral com a estrada do alvito. com cerca de 1300 metros de extensão esta via foi, em 2003 e por iniciativa da c.m.l., fechada ao trânsito automóvel e transformada em zona de lazer e desporto, dotada de diversos equipamentos para fruição dos seus utilizadores. percorro 300 m e viro à esquerda no parque de merendas descendo em direcção ao muro da tapada da ajuda, sempre num caminho alcatroado.
ao chegar ao muro sigo pela direita, no caminho de terra batida que é balizado pela tapada e pela parte baixa do anfiteatro kiel do amaral. um pouco adiante surge uma enorme clareira com uma bonita vista sobre a ajuda e o rio tejo, terminando pouco depois na av. universidade técnica. prossigo pela direita, passo a rotunda da estrada dos marcos e subo pela estrada do penedo até à residência oficial do presidente da c.m.l., onde corto à esquerda no caminho que sobe para o jardim de montes claros.
construído em 1946, inicialmente como casa de chá, é um amplo e aprazível espaço de linhas sóbrias com vários locais que convidam a uma pausa. a ampliação para restaurante aconteceu em 1949, não se alterando o seu miradouro. contorno o lago, passo as arcadas do edifício e desço a pequena alameda de ciprestes em direcção à rotunda.
sempre pela esquerda, passo o picadeiro e entro no trilho que contorna a pedreira dos cactos, uma enorme cratera de onde outrora era extraído basalto e hoje totalmente conquistada pela vegetação, em particular diversas espécies de cactos. deixo a pedreira para trás e sigo o percurso atravessando a estrada na passadeira, continuando em direcção ao moinho do penedo. em meados do século XIX existiam cerca de 75 moinhos em monsanto, dos quais o do penedo foi o último a encerrar no ano de 1925. o projecto para o parque tornou-o, em 1942, num miradouro, do qual se abre uma enorme clareira onde se encaixa o anfiteatro, proporcionando uma espectacular vista sobre a tapada da ajuda, o estuário do tejo, a ponte e o cristo rei, este já na outra margem, em que o verde desce as encostas na direcção do rio.
continuo descendo até ao caminho principal, passo a estrutura sanitária e o lava-bicicletas e sigo pela esquerda pinhal adentro em direcção ao miradouro kiel do amaral. em 1940, o arquitecto projectou um centro de desportos para o local, do qual só foi construído o miradouro, a que acedo pela escada em pedra no fim do trilho, sendo que este desce em pequenos socalcos empedrados até um patamar de onde se vê novamente o tejo. retomo o percurso e sigo ladeado por um muro de pedra do lado direito, viro à esquerda e subo umas dezenas de metros até ao lago, um local fresco e tranquilo no qual apetece fazer uma pausa.
a parte final do percurso decorre pelo caminho que faz parte do circuito de manutenção, serpenteando pelo pinhal de volta ao ponto de partida.
características do percurso – piso: misto (terra batida, empedrado e alcatrão); distância: 5 km; retorno: não (circular); água: sim; estacionamento: fácil; grau de dificuldade (1 a 5): 2,5; coordenadas gps do ponto inicial/final: n38º 43.383′, w9º 11.269′; altimetria: gráfico abaixo.
nada tirar excepto fotos, nada deixar senão as pegadas, nada matar a não ser o tempo.