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Channel: trail – kmepalavras
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o montado de monsanto.

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em 1868 surge a ideia de arborizar a serra de monsanto para, à semelhança do parisiense bosque de bolonha, ser um grande parque de passeio dos lisboetas. no entanto, foram precisas mais de cinco décadas para que o projecto fosse implementado e, só em 1929, sob a égide linhares de lima, então ministro da agricultura, foi criada a primeira comissão para elaborar o respectivo plano de arborização.

henrique linhares de lima (1876-1956) e joaquim rodrigo (1912-1997).

a plantação das primeiras árvores no âmbito do mesmo iniciou-se em 1938, sendo que as poucas existentes eram as da mata de são domingos de benfica, as da tapada da ajuda e ainda algumas oliveiras que ladeavam as estradas que dividiam os terrenos. a árida serra tornou-se então palco de uma “guerra pacífica”, na qual a mocidade portuguesa, os trabalhadores desses terrenos e os prisioneiros do forte de monsanto tiveram o papel de criar vida, através da plantação dos milhares de árvores que revestem o local, tendo o plano sido dado por concluído em 1960. como responsável pela gigantesca tarefa destacou-se o engº silvicultor joaquim rodrigo, que dedicou a monsanto quase três décadas da sua vida activa. o acto simbólico de plantação da primeira árvore coube ao marechal óscar carmona, 11º presidente da república e primeiro do estado novo. e que árvore foi? segundo os relatos da época “…uma linda acácia…“, uma espécie exótica infestante.

parque de estacionamento do bairro do calhau. é aqui que começo este percurso subindo em direcção ao parque com o mesmo nome, tendo à direita um grande prado e à esquerda a orla de um bosque. percorridos 400 m chego a um dos pontos de referência deste percurso, as ruínas do moinho das três cruzes. situado a 115 m de altitude, de paredes de basalto e cantarias de calcário, revela a litologia dos solos de monsanto e proporciona uma vista muito abrangente de sete rios. prossigo descendo umas escadas em cimento, entro num trilho pouco marcado pelo qual alcanço o caminho alcatroado principal. estou em pleno parque do calhau, um prado salpicado de sobreiros, azinheiras, carvalhos e pinheiros-mansos, numa paisagem aberta tal como num montado alentejano e que não se encontra em mais nenhum local do parque florestal.

o percurso continua agora pela esquerda na pista do aqueduto, acompanhando os respiradouros da monumental obra. no fim da pista sigo pela direita, tomando o trilho que percorre as traseiras do bairro da serafina até ao parque da pedra. neste local sigo pelo caminho principal entre as duas pedreiras até chegar à estrada da serafina, a qual atravesso. continuo pela pista mário das ovelhas que segue pelo lado esquerdo do restaurante e paralela à vedação do parque recreativo. um pouco antes do estacionamento tomo a esquerda por um trilho pouco definido e, ao chegar ao entroncamento com um caminho mais largo, viro à direita até chegar uma vez mais à estrada da serafina.

do outro lado encontro dois caminhos de terra, cada um deles com um sinal de trânsito proibido. sigo pelo da esquerda, entrando pela mata de pinheiros-mansos. do lado direito passo uma pequena construção um pouco escondida pela vegetação, e uma vintena de metros depois viro à direita num caminho estreito e curvilíneo que percorre um bosque de características mediterrânicas que  desemboca no caminho alcatroado junto ao montado. sigo pela esquerda e, um pouco adiante à direita, tomo o troço empedrado que passa junto a um aprazível parque de merendas. pouco depois estou de novo no caminho alcatroado principal, no fim do qual viro à esquerda de regresso ao ponto de partida.

características do percurso – piso: misto (terra batida, empedrado e alcatrão); distância: 3 km; retorno: não (circular); água: sim; estacionamento: fácil; grau de dificuldade (1 a 5): 2; coordenadas gps do ponto inicial/final: n38º 44.342′, w9º 10.655′; altimetria: gráfico abaixo.

nada tirar excepto fotos, nada deixar senão as pegadas, nada matar a não ser o tempo.



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